sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Vitória na Justiça: Estrada União e Indústria terá que receber melhorias

Sex, 22 de Outubro de 2010 11:00
JAQUELINE RIBEIRO
Redação Tribuna

Depois de mais de 20 anos convivendo com uma situação de total abandono por parte do poder público, a Estrada União e Indústria vai finalmente receber as melhorias solicitadas judicialmente pelo Ministério Público Federal. O órgão denunciou o péssimo estado de conservação da rodovia e o abandono do trecho entre Petrópolis e a divisa com Minas Gerais e conseguiu no ano passado uma liminar favorável, na 2ª Vara Federal em Petrópolis. O objetivo da ação civil pública proposta pelo MPF é garantir a segurança de motoristas que precisam utilizar a rodovia. Cumprindo a decisão judicial, o Dnit entregou o projeto com o cronograma de obras de recuperação da via. A documentação apresentada pelo Dnit foi encaminhada às Prefeituras de Petrópolis e de Três Rios, pela procuradora da República, Vanessa Seguezzi, e está sendo analisada pelos órgãos competentes. O objetivo, segundo o MPF, é que as Prefeituras verifiquem se o projeto apresentado atende às necessidades. Os documentos ainda estão sendo analisados pelas Prefeituras. Paralelamente, a procuradora solicitou ao Dnit que encaminhe ao MP mais informações e detalhamentos sobre a execução das obras.
As intervenções deverão pôr fim às condições precárias que representam um risco constante para motoristas que passam pela Estrada União e Indústria – primeira rodovia pavimentada do Brasil. A decisão judicial foi assinada no ano passado pelo juiz da 2ª Vara Federal de Petrópolis, Fábio Nobre Bueno Brandão, e condenou a União e o Dnit a assumirem imediatamente a administração e gestão da rodovia. O juiz determina ainda que todas as medidas necessárias à recuperação e permanente manutenção da estrada sejam tomadas, enquanto não forem formalizados eventuais termos de transferência a outros entes federativos. “A sentença reconhece que a estrada é federal e que a responsabilidade pela administração é do Dnit, pondo fim à indefinição que perdurou por mais de 20 anos e ocasionou o abandono de trechos nos municípios de Petrópolis e Três Rios”, afirmou na época a procuradora Vanessa Seguezzi.
Na mesma decisão o juiz determinou que o estado do Rio de Janeiro adote as medidas necessárias à recuperação e manutenção dos trechos da Estrada União e Indústria incorporados à sua malha viária por meio dos Decretos nº 41.056/2007 e 41.856/2009, sem prejuízo da necessidade de formalização da transferência por meio do ato administrativo competente.
Acolhendo o pedido da procuradora, o juiz deferiu a antecipação de tutela urgente e ordenou que o Dnit e o Estado entregassem em dois meses os projetos de recuperação emergencial de cada trecho da rodovia, com cronogramas de obras, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. Após a aprovação do projeto, as intervenções deveriam ser cumpridas em 60 dias, sob pena de multa de igual valor. O juiz determinou ainda que a União deveria assegurar o repasse emergencial de recursos necessários ao Dnit, até o início das obras, também sob pena de multa diária de R$ 10 mil, em caso de descumprimento.
Construída em meados do Segundo Reinado, a Estrada União e Indústria representou na época a consolidação da rota comercial que partia do Rio de Janeiro rumo a Minas Gerais. A estrada está abandonada pelo poder público desde 1980, quando foi substituída pela BR-040. A decisão da Justiça traz esperança para moradores da região dos distritos e pessoas que convivem com o medo diário de passar pela estrada. Os riscos à segurança e até mesmo à vida daqueles que passam pela estrada podem ser observados ao longo de cada quilômetro avançado. Percorrendo o trecho entre Petrópolis e seus cinco distritos, até o limite do município vizinho, Areal, os problemas são muitos. Eles começam pelas condições da pista, que em sua maior parte é irregular e apresenta uma grande quantidade de buracos e ondulações.
Às margens da via, ao invés de acostamentos e calçadas, o que se observa é uma série de irregularidades: barreiras que desabaram de encostas, construções irregulares, veículos estacionados, mato alto, carcaças de veículos abandonados e uma variedade imensa de opções de comércio. A sinalização horizontal praticamente não existe na maior parte da via. Sem iluminação ou qualquer tipo de sinalização noturna (refletiva), dirigir pela rodovia à noite é um desafio ainda maior para os motoristas, que não têm visibilidade alguma da pista. Em alguns pontos, os tachões que dividem a pista de mão dupla estão danificados ou simplesmente não existem mais. Em outros, o mato alto às margens da via encobre parcial ou totalmente as poucas placas de sinalização vertical, que deveriam orientar os motoristas.

Fonte: http://www.e-tribuna.com.br/

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