segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Saúde pode entrar em colapso no carnaval


É grande o risco de haver problemas de atendimento na área de saúde, durante o carnaval. Com grave déficit de médicos nos principais hospitais públicos e até mesmo com postos de saúde fechados por falta de profissionais, a Secretaria de Saúde do município não está conseguindo arregimentar médicos para contratação temporária e emergencial. O prazo para inscrição dos médicos no Processo Seletivo Simplificado para contratação por tempo determinado terminou no último dia 29 e apenas 14 se inscreveram para as 58 vagas oferecidas. Com este resultado, o sistema de saúde do município continua sofrendo com a falta de médicos e, para o presidente da Casa dos Médicos, Mauro Peralta, se esta situação permanecer, poder ocorrer durante o período do carnaval um colapso do sistema, principalmente nas emergências e urgências.
A Secretaria de Saúde informou que os profissionais inscritos serão classificados e passarão pelo processo de entrevista. Após esses procedimentos, os médicos serão integrados à rede e alocados nas unidades de saúde do município, de acordo com a necessidade de cada bairro. De acordo com o edital, a Prefeitura precisava contratar 23 médicos clínicos para emergência e urgência, 10 para o Programa de Saúde da Família, 11 pediatras, quatro ortopedistas, cinco psiquiatras, dois para cada área de infectologia, e intensivista, e um clínico para ambulatório.
A Secretaria esclareceu ainda que o número de inscritos não atingiu de maneira satisfatória a demanda necessária para o atendimento total da rede. Por isso, a Secretaria de Saúde irá efetivar novamente a publicação do edital, de forma mais ampla, com divulgação em outros municípios, para o complemento do quadro necessário de médicos que serão contratados por tempo determinado.
Na Câmara Municipal os vereadores, principalmente os médicos – Samir Yarak, João Tobias e Marcio Muniz – manifestam preocupação com relação à dificuldade da Prefeitura em contratar médicos. Para eles, o problema principal é o baixo salário e com relação ao processo seletivo, segundo Samir, muitos médicos se interessam por ser por tempo determinado e muitos querem as garantias e direitos do serviço público.
De acordo com o edital, o médico Clínico do Programa de Saúde da Família, com 40 horas semanais, vai ganhar cerca de R$ 5.586,45; o médico para setores de urgência e emergência, com 24 horas semanais (plantonista) vai receber R$ 2.711,17 e o médico Clínico Ambulatorial, com 20 horas semanais, vai ganhar R$ 1.497,56. Estes salários na avaliação das entidades que representam os médicos ainda é baixo em comparação a municípios vizinhos que pagam mais para ter estes profissionais no quadro de servidores.
Os vereadores também manifestam a mesma opinião e esta semana chegaram a apontar um problema de gestão para Secretaria de Saúde, caso seja confirmado que os médicos plantonistas da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) vão receber um salário em torno de R$ 4 mil a R$ 5.750 mil. Samir Yarak foi um dos parlamentares que manifestou esta preocupação, principalmente em função das dificuldades que o Município encontra hoje de contratar médicos para emergência e urgência, além dos postos de saúde.
No início desta semana, o prefeito Paulo Mustrangi se reuniu com representantes das entidades médicas de Petrópolis, tendo à frente o presidente da Casa dos Médicos, Mauro Peralta. Durante o encontro, considerado importante, discutiu-se entre outros assuntos desvincular os salários dos médicos dos demais profissionais de saúde, incluindo aqui a revisão salarial, conforme será estabelecido pelo Ato Médico.
por:
ROGÉRIO TOSTA, Redação Tribuna
Reproduzido do jornal Tribuina de Petrópolis,
edição de domingo, 7 de janeiro de 2010.

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