quarta-feira, 14 de abril de 2010

Transporte Coletivo em Petrópolis



Há cerca de 25 anos o transporte coletivo em Petrópolis sofreu sua mais significativa transformação. Houve a unificação tarifária do Sistema Urbano e o barateamento do preço das passagens dos ônibus para os Distritos, isto, através da implantação de uma Câmara de Compensação entre as empresas de ônibus; houve o reordenamento dos horários dos ônibus; houve a inauguração de várias novas linhas, inclusive aquelas que atendem a comunidades em morros da cidade como, por exemplo, 24 de Maio e Atílio Marotti; houve renovação da frota; houve a criação do passe gratuito para estudantes e, pasmem, as tarifas de Petrópolis eram cerca de 20% mais baratas que as do Rio.

Naqueles tempos, entre 1984 e 1987, havia o CMTU - Conselho Municipal de Transportes Urbanos, do qual fui presidente, com forte participação popular, que tudo discutia e decidia sobre o assunto, com absoluto conhecimento das demandas e da planilha de cálculos das empresas. Foi nesse profícuo período – e era eu o Secretário de Transportes na administração do prefeito Paulo Rattes - que nasceram, também, as ideias de criação da CPTtrans e das estações de transbordo, obras que se tornaram marcantes no posterior governo Paulo Gratacós.

Depois, a evolução do sistema foi mínima, a participação popular desapareceu, equivocadas outras medidas foram tomadas, o trânsito foi piorando enquanto a malha viária era estreitada e, a partir de 2004, as coisas definitivamente se complicaram. Na esteira do colapso do sistema agravado nos últimos anos, o atual governo, passados já 15 meses de gestão, nada de concreto apresentou. Pena! No entanto, a comunidade petropolitana está mobilizada e este é um momento precioso para que a Administração Mustrangi vá ao encontro dos anseios populares.

Já houve até despacho de juíza decorrente da ação impetrada pelo Instituto Nacional de Defesa do Cidadão Consumidor, fato que reforçará atitude competente do governo municipal. Eu digo que tudo tem jeito se houver vontade política, capacidade de ação e, principalmente, transparência no trato da questão. Que se abra a caixa preta dos transportes em nossa cidade e que se estude, se discuta e se aponte soluções (elas existem), às claras, como outrora se fez.

É o que o povo exige.

CALAU LOPES
-Advogado e Produtor Cultural-
Associado efetivo do IHP

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