domingo, 30 de maio de 2010

Privataria canhestra

Privataria foi um termo criado pela imprensa para criticar FHC, mas o efeito vodka serve como uma luva para Lula, só que o próximo mandatário terá de calçar a luva suada e suja de tanto vazar dinheiro de impostos e taxas mal aplicadas na economia do B.
Nosso sistema tributário está moribundo e ainda continua vivo, mas velhaco como sempre; e ninguém do Congresso Nacional se açoda tocar nesse tema em tempo de eleições presidenciais. Mas...
Os empresários que exportam a um dólar barato, ordinário há mais de sete anos, estão sentido nos resultados. A perda cambial é enorme. Investir – ou apostar – então na estatização da economia, acelerando uma máquina enferrujada e despreparada para enfrentar a competitividade de uma China, por exemplo, será suicídio eleitoral. Porém...
Será que o povão entende a diferença entre ser canhestro ou destro, em se tratando de quem gera riqueza, ou seja, o lado do “patrão”, o risco? Como nivelador das desigualdades sociais, Lula avançou, digamos assim, o sinal vermelho e ainda zomba dos guardas de trânsito, levando multas, mas continuando no equivoco da sua política econômica.
Para não ficar no abstrato, vamos ao concreto da privataria de Lula.
Em outubro de 2007 Lula privatizou seis rodovias federais. O critério usado foi o de menor pedágio, e sem nenhuma cobrança pela concessão.
O que difere entre ambas as formas de privatização é a ideologia utilizada por Lula. Ou seja, entregou um patrimônio nacional para empresas estrangeiras e não cobrou um centavo por isso! Assim, de graça, companhias espanholas são financiadas por 25 longos anos pelo contribuinte brasileiro (sic)! Em outras palavras, Lula montou um modelo de privatização que favorece o capital estrangeiro? Sim! E tem mais...
Com o dólar barato, a companhia gastará menos em Real ($) e enviará mais dólares (verdinhas $$$) aos seus acionistas, lá fora!!!
Nunca antes na história desse país um governo foi tão servil às empreiteiras multinacionais. Uma privataria canhestra.
O calcanhar de Aquiles desse modelo de privatização é o dólar barato. Pedágio mais barato não é garantia da operação da rodovia. Em alguns países foi um fracasso, México que o diga.
Os aloprados que pedem a reestatização da Vale ficaram mansinhos, pois a Vale acaba de ganhar – de Lula – um trecho enorme da ferrovia Norte-Sul para a mesma Vale, privatizada por FHC.
Mas o Congresso Nacional fingiu-se de morto e nenhuma voz bradou por uma “CPI das estradas doadas”, ou ampliada, no caso da Vale, ou seja, vale tudo com o dinheiro do contribuinte do país de todos...
Mas o ganhador em ambos os modelos de privatização foi o povo que trafega nessas estradas, porém...
São sete longos anos de dólar barato. E nenhum mecanismo clássico da economia sabe como corrigir o problema brasileiro, com o presente de gregos. Ou seja, mostrou-se que dinheiro demais injetado por imposto inútil e sem transparência ou controle é uma tragédia grega anunciada; aloprei. 

http://www.joerego.com.

Joe Rego
Economista

Nenhum comentário:

Postar um comentário